
A apresentação do projeto de requalificação do Complexo Serra Dourada e a formalização da transferência da gestão para a concessionária Construcap marcaram, nesta quarta-feira (10/12), o início da fase de obras de modernização do principal equipamento esportivo de Goiás. Coordenador do Grupo de Trabalho da concessão, o vice-governador Daniel Vilela destacou que o estádio e seu entorno voltarão a ocupar posição de destaque no país, com uso diário e gestão especializada em grandes arenas.
“É a retomada. É o renascimento. O Serra Dourada foi um dos maiores estádios do Brasil nas décadas de 80 e 90, recebendo jogos da seleção todos os anos. Depois acabou ficando subutilizado e não foi sede da Copa do Mundo. Hoje, com a concessão e com o projeto de revitalização e modernização, temos convicção de que vamos voltar a ser uma das praças esportivas e de entretenimento mais importantes do país”, afirmou Daniel. “O que será feito no Serra Dourada não existe em lugar nenhum da América Latina”, completou.
Pelo contrato, o complexo, que reúne estádio, Goiânia Arena, parque poliesportivo e estacionamentos, permanece como bem público do Estado, mas será operado pela iniciativa privada por 35 anos, no modelo de concessão comum, com investimento estimado em R$ 300 milhões nos primeiros 30 meses e desoneração dos cofres públicos em cerca de R$ 1 bilhão ao longo do período. A projeção da concessionária é movimentar R$ 1 bilhão por ano na economia goiana a partir de 2030, com mais de 150 eventos e 3 milhões de visitantes anuais.
Durante solenidade, Daniel reforçou o caráter técnico da parceria. “É um modelo inteligente porque o Estado não tem expertise para administrar um equipamento de entretenimento. A gente transfere para a iniciativa privada, que tem essa experiência, e deixa de investir milhões de reais que seriam bancados pelo poder público. Todo o investimento aqui é privado e o complexo retorna ao patrimônio do Estado ao fim da concessão”, pontuou.
O projeto apresentado preserva a arquitetura brutalista e as marquises desenhadas por Paulo Mendes da Rocha, vencedor do Prêmio Pritzker, a maior chancela da arquitetura mundial, e combina esse legado à atualização estrutural do estádio. A capacidade será readequada para até 44 mil torcedores em jogos e 60 mil pessoas em shows, com rebaixamento do gramado, nivelamento do anel de circulação, ampliação de banheiros, novas catracas com reconhecimento facial e mais de 60 camarotes, inclusive no nível do campo, algo inédito na América Latina, além de lounges e áreas de hospitalidade.
Em entrevista coletiva, Daniel explicou que a “geral” desativada será transformada em setor de camarotes e que o equipamento voltará a receber grandes partidas e atrações internacionais. “A nossa expectativa é devolver um estádio preparado para receber jogos da seleção brasileira, finais de campeonatos e grandes shows, com restaurantes, escritórios e vida ativa neste espaço ao longo dos sete dias da semana”, disse.
Além do estádio, o Goiânia Arena passará por modernização completa, com nova fachada tecnológica em LED, reforma acústica, criação de camarotes, cozinha industrial e estrutura para receber eventos esportivos e musicais de grande porte. Já a área externa será convertida em parque linear com ciclovia e pista de corrida de mais de 3 quilômetros, quadras, equipamentos de ginástica e paisagismo inspirado no Cerrado, com cerca de 800 mudas de ipês e outras espécies nativas.
Daniel também relacionou a reforma do Serra Dourada ao reposicionamento de Goiás como polo de esporte e entretenimento. Ele lembrou que o Estado se prepara para receber a etapa da MotoGP em março de 2026, em um autódromo em obras de adequação, e projetou o uso integrado dos equipamentos. “Quero ter a satisfação de ver novamente um estádio que seja referência, que todos os clubes e a seleção queiram usar, e de consolidar Goiânia e Goiás como hub de entretenimento do centro-norte do Brasil. Serra Dourada será a melhor praça de eventos esportivos e musicais do país”, afirmou.
O cronograma prevê início das obras em maio de 2026 e conclusão dos investimentos obrigatórios até maio de 2028. De acordo com Daniel, o estádio deverá ser fechado por cerca de 24 meses a partir de 28 de maio, mas a programação de eventos seguirá ativa nas áreas externas e no ginásio durante a fase de intervenções mais pesadas.
Ao final, Daniel lembrou que o Serra Dourada passou por período de abandono antes de 2019 e que o Governo de Goiás já havia realizado reformas em banheiros, arquibancadas e iluminação para recolocar o estádio em condições de uso. “Agora damos um passo adicional, estruturando um complexo que combina esporte, cultura, lazer e tecnologia, com gestão profissional e sem pressionar o orçamento público. É um projeto que honra a história do Serra Dourada e prepara o futuro do nosso gigante”, concluiu o vice-governador.
Presidente da Construcap, Roberto Capobianco ressaltou a experiência do grupo em concessões de grande porte e o compromisso com a operação do complexo. “A Construcap tem 81 anos de existência, atua em obras de infraestrutura, hospitais, rodovias e na gestão de estádios e parques, como o Mineirão e o Parque Ibirapuera. Toda essa experiência está sendo trazida para o Serra Dourada para que este seja o melhor projeto que vamos realizar ao longo desses 35 anos de concessão”, declarou.




